quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Memória e Justiça: Da Operação Condor à Comissão da Verdade

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Nesta quarta-feira, dia 12 de setembro Às 14h no Auditório da Faculdade de Educação da UFRGS realizaremos o painel intitulado "Para não esquecermos!  Do Plano Condor à Comissão da Verdade", com Jorge Zabalsa, Veronika Engler e Carlos Frederico Guazzelli. Está mais que na hora de começarmos a tirar os véus de amnésia que cobrem os anos de chumbo e lutar por justiça onde quer que devida. E a Universidade Pública, que não poderia ficar de fora dessa discussão, rompe os muros entre a academia e a sociedade que nos sustenta promovendo esse importante painel.

Universidade para além dos muros é uma atividade promovida pelo Comando de Mobilização dos Professores da UFRGS e tem o apoio da Seção Sindical do ANDES-SN e da ASSUFRGS.

À noite, às 19h no Gazômetro, haverá outro painel sobre o assunto com a presença de outra personalidades, na abertura do cioclo de filmes Cine Memória e Justiça (ver cartaz mais embaixo), que prossegue até o domingo. Uma semana para não esquecer dos crimes ainda não esclarecidos. Porque somente a reconciliação com o passado pode garantir a soberania e a autoestima de uma nação verdadeiramente civilizada.

Os convidados do painel da tarde são:
  • Jorge Zabalza, advogado, integrou o Movimiento de Liberación Nacional (Tupamaros) tendo sido preso várias vezes, a última delas durante 11 anos, até 1985, quando foi anistiado. Editou os periódicos “Mate Amargo” e “Tupamaros” e foi dirigente do Movimiento de Participación Popular (MPP) que então integrava a Frente Ampla, tendo sido eleito Edil (Vereador) da Junta Departamental de Montevideo, da qual também foi presidente em 1997. Seus escritos atuais denunciam os crimes do terrorismo de estado e a política de impunidade do atual governo uruguaio, além das consequências sociais de atual modelo econômico.

  • Veronika Engler, pedagoga e escritora, é filha de Henry Engler, ex-refém da ditadura militar uruguaia, tendo vivide muito de perto a vulneração dos direitos humanos em seu país, onde seu pai foi liberado com os últimos presos políticos apenas em 1985. Em 1986 mudou-se para a Suécia, país que recebeu a maior comunidade de uruguaios no exílio, e onde residiu, estudou e trabalhou até 2008. Além de atuar como pedagoga junto a crianças com autismo, paralisia cerebral e outras síndromes, teve participação importante em diversas organizações de latinomericanos no exílio e hoje dedica-se à militância pelos Direiros Humanos além de escrever - poesia e prosa - em diferentes blogues.

  • Carlos Frederico Guazzelli, advogado e militante dos Direitos Humanos, ex-professor universitário, é Defensor Público Estadual e foi nomeado, em 6 de agosto deste ano, um dos cinco integrantes da Comissão da Verdade do RS.

  
Notícia no Portal da UFRGS de 11/9/2012




2 comentários:

Ciência e Espiritualidade disse...

Fui preso e torturado no DOPS no morro Sta. Tereza em Poa.
Fui anistiado pelo Estado (Gov. Brito)Sou anistiando na Comissão de anistia, aguardo julgamento à 12 anos.

Jorge Quillfeldt disse...

Caro Ivo,

É importante que as vítimas dessas atrocidades venham a público trazer seus relatos e que a história seja registrada e conhecida para não mais se repetir. Obrigado pela confiança. Já conversaste com Jair?

Minha solidariedade!

Aproveito para convidá-lo para o evento/ato deste sábado:

Neste sábado 08 de dezembro realizaremos, no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), uma nova jornada relembrando o dia internacional dos Direitos Humanos. Com uma temática voltada para o resgate da história da Ditadura teremos diversas atividades relacionadas com o Ensino (o uso de depoimentos e do cinema em sala de aula, e propostas de atividades sobre a Operação Cóndor), um depoimento inédito sobre um caso Condor ocorrido no RGS em 1978, e uma mesa de depoimentos de lutadoras socias que enfrentaram a ditadura. Duas informações complementares:

1) Será fornecido certificado de extensão de 10 horas;

2) Na mesa das lutadoras sociais estão confirmadas: Nilce Azevedo Cardoso, Ignez Maria Serpa Ramminger(Martinha), María Gabriela Orden e Suzana Lisbôa.

E haverá o relato inédito da vítima sequestrada por uma ação da Operação Condor no RS, desconhecida até hoje.

Se puderem participar, os aguardamos; a atividade é pública e gratuita. Será uma bela jornada.

Mais informações no folder anexo.

Agradecemos divulgação.

Saludos,

Enrique Padrós.