terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Inocentes pulseiras ou um sério problema?

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Talvez seja mesmo hora de tomarmos uma atitude coletiva contra essa maré de "bijuterias-placebo"!


Nos EUA detecta-se o crescimento descontrolado das vendas - e, logo, do uso - daqueles neoamuletos de pulso, e o CSICOP manifesta-se muito preocupado, sugerindo ações inclusive na justiça - por exemplo, direitos do consumidor - visando barrar sua propagação danosa. Leia a mensagem abaixo.

Será que não teríamos de pensar em algo assim por aqui?




Dear Skeptic,

We need your help.

There are a number of products on the market that purport to improve the wearer’s athletic performance. Examples of these products include bracelets like Power Band™, iRenew™, cPrime™, and Power Balance™, and other similar merchandise like Phiten™ necklaces and Q-Link™ pendants. Most of these products make pseudo-scientific claims—some having to do with energy flow, ionic balance, or an alleged bodily energy field – and/or allege reduced stress, increased energy, and improved athleticism.

The "active" ingredient in some of these bangles is a Mylar™ hologram sticker built into the bracelets, which "is designed to resonate with and respond to the natural energy field of the body." Such is the case with Power Balance™, who make this claim.

Belief in the efficacy of Power Balance™ is far and wide. Blue chip professional athletes such as Lamar Odom of the L.A. Lakers and Derrick Rose of the Chicago Bulls wear and endorse Power Balance™ bracelets, and last week it was announced that the ARCO Arena in Sacramento, CA (home of the NBA’s Sacramento Kings) will next year be called Power Balance Arena.

In the past year, at least three double-blind tests have been conducted that strongly suggest that there is no intrinsic effect from the bracelets themselves. The Independent Investigations Group in Los Angeles, the Australian Skeptics, and the University of Wisconsin-Lacrosse all tested Power Balance™ bracelets. In Australia, Richard Saunders found that – when blinded to who had Power Balance™ on them -- the Power Balance™ distributor couldn’t tell which person had the product. Both the IIG at CFI in Los Angeles and Dr. John Porcari at UW-Lacrosse found that when a person was unaware if he or she was wearing a real (or bogus) bracelet, there was no difference in athletic performance.

These tests all removed the psychological factor from wearing the bracelet. That is, there was no suggestive advantage in knowing or believing the product would help the subject’s performance. Indeed, we don’t dispute that added self-confidence in one’s strength, flexibility and balance can have a positive effect on performance. But Power Balance™ isn’t selling lucky charms. They are making claims about their product’s ability to affect one’s energy and physiology.

There is no credible scientific evidence to suggest that a Mylar™ hologram has any effect on human athletic performance. There is good scientific evidence to suggest that Power Balance™ performs no differently from a similar sized, rubber bracelet (sans hologram) in tests of strength, balance, and flexibility.

The Australian Competition and Consumer Commission has "determined that Power Balance has “engaged in misleading and deceptive conduct" and ordered them to take corrective measures regarding claims made in their advertising, on their website, and on the product itself.

We think the FTC in the U.S. should take similar action. Power Balance should either change the claims they make about this product or take it off the market.

Will you help us persuade them?

To file a complaint with the Federal Trade Commission, go here and fill out a complaint form.

Here’s the information on the company you’ll need:

Power Balance, LLC
30012 Ivy Glenn, Suite 180
Laguna Niguel, CA 92677
www.powerbalance.com
Phone: (949) 272-7300

Thanks for your help.

James Underdown
Executive Director, Center for Inquiry-Los Angeles
Chair, Independent Investigations Group







10 comentários:

Marília Lila disse...

Caríssimo Jorge. Eu não sei se somente tentar barrar a propagação da coisa seria a solução. Acho preocupante ver gente acreditando nessas coisas! E fazendo a publicidade boca à orelha. E não falo de quem não tem acesso à informação. O que fazer com um professor de faculdade que corrobora o “produto”? Olha só isso: http://trator-desgovernado.blogspot.com/2011/01/pulseira-do-equilibrio-professor-da.html Durante meu doutorado, troquei de orientador, pois a primeira pessoa que começou a me (des)orientar acredita piamente que espelhos precisam ser cobertos à noite, para que a “energia” dela não seja sugada... E a pessoa é professora-doutora em universidade federal. Como ela, conheci vários outros, adeptos de cristais, florais, amuletos e tranqueiras esotéricas do tipo. Acho que junto com a proibição de produto-falcatrua, tem que haver uma campanha de esclarecimento, publicidade mesmo, ocupando o mesmo tanto de espaço que o povo dos amuletos ocupa, pra desmontar o trambique. Mas numa linguagem bacana, que atinja muita gente, principalmente o pessoal que fica em dúvida, o time do “mal não deve fazer, então, por que não?”.
E obrigada pelo blog, cada dia mais necessário!
Abração!

Chico disse...

Acho que esses produtos-placebo estúpidos deveriam ser obrigados por lei a serem impregnados com um poderoso agente esterilizante (digo, que torna o usuário estéril, 'infertilizante'), para evitar que os idiotas que os usam tenham filhos. Até onde sei (como leigo), a seleção natural está trabalhando contra a inteligência. Pessoas burras têm muito mais filhos. Maldito Darwin, inventor da evolução!

Jeferson Arenzon disse...

Eu pensei o mesmo quando recebi o email da CSI. O PROCON certamente recebe reclamações sobre propaganda enganosa. Poderíamos traduzir, e adaptar, essa mensagem para encaminhar. A pergunta é: para onde? Seria interessante que alguém nos ajudasse e investigasse isso...

Unknown disse...

Já faz tempo que não acredito mais no poder de cognição das massas, por mais estudada que seja, para detectar em si pensamentos sem sentido. A besteira que for, impregnada no cérebro com algum carinho dedicado a ela, é muito difícil de arrancar. O "hospedeiro" tem a sensação de que seu cérebro e sua personalidade irão se esbugalhar, tirando aquilo dele. Acho que todos já sentimo isso em algum momento em relação a alguma idéia querida, mas francamente errada.

O Chico deu a solução ideal, mas acho que os advogados devem ficar do nosso lado. ehehhe. No momento que os tribunais teoricamente prezam por provas (evidênicas), eu imagino que este caminho seria interessante. É, pagar por advogados torna o desafio menos palpável.
Imagine que se chame publicamente um homeopata (ou todos, pra aumentar a diversão) de charlatão e a contrapartida judicial vem, nos acusando daquele desfile de jargões jurídicos: calúnia, difamação, etc. O ingênuo aqui espera que a coisa avance no sentido de ter que provar (evidenciar) a eficácia da homeopatia, trazendo a rusga ao nosso território, facilmente defensável.

A pergunta: qual meu grau de ingenuidade?

Abraços a todos e no aguardo de outro "boteco".

Unknown disse...

Tche gurizada!

Cadê o post sobre o suicídio homeopático!

http://bulevoador.haaan.com/2011/01/26/bule-apoia-desafio-1023/comment-page-2/#comment-16910

Jorge Quillfeldt disse...

Olá, Giuliano,

Já divulgamos a mobilização do ano passado: http://coletivoacidocetico.blogspot.com/2010/03/suicidio-homeopatico-em-massa-fracassa.html
(havíamos esquecido de colocar marcadores, por isso ela era difícil de achar).

Sobre a ação desse ano estávamos ainda ontem discutindo como implementá-la por aqui, mas valeu a dica!

Unknown disse...

Olá, Jorge!

Parece que já está organizada.

"Em Porto Alegre, a Liga Humanista Secular está organizando um encontro para a overdose homeopática às 9h30 do dia 05/02, na Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas). Os participantes devem levar suas ampolas de medicamentos homeopáticos (observar as recomendações acima), câmeras, e bom-humor." - http://bulevoador.haaan.com/2011/01/26/bule-apoia-desafio-1023/

Aproveito pra fazer uma propagandinha de minha comunidade:
"Homeopatia não merece crédito."
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1647571

Chico disse...

Gosto muito da idéia de desacreditar a homeopatia (já que ela estranhamente não consegue se desacreditar sozinha), mas penso ser perigosa essa 'overdose'. Acredito que muitos manipuladores de homepáticos estão plenamente cientes da ineficácia do 'medicamento' e, por isso, poderiam ser um pouco negligentes na diluição das substâncias 'ativas', que são frequentemente tóxicas. Espero que o suicídio homeopático continue fracassando. Por outro lado, seria até mais provável que nem usassem a substância 'ativa'.

Por fim, alguém por que diabos o Conselho Federal de Medicina reconhece a homeopatia como prática médica? Pra mim a entidade fica totalemente desacreditada sob qualquer ótica depois de uma besteira dessas. Nosso CFM deve ser piada internacional. Ou em outros países também é assim?

Jorge Quillfeldt disse...

Há 52 especialidades médicas reconhecidas pelo CFM e também AMB e CNRM, veja aqui.

Atente para as especialidades 1 e 25 (estão em ordem alfabética). A mais grave é a 25, porque acupuntura até serve para certas coisas (já discutimos isso neste blogue aqui e aqui).

Mexer nisso aqui é impraticável, infelizmente. E o pior é que somos "pioneiros" nesse aspecto institucional em nível mundial: "Homeopathy Around the World: While homeopathy is experiencing a resurgence of popularity in the United States, it is far more popular in many other countries. In India, the second most populous country in the world, approximately 130 million people use homeopathy.1 In some countries, homeopathy is an officially recognized component of the conventional medical system. In Brazil, homeopathy is a recognized medical specialty where 15,000 medical doctors are certified as homeopathic specialists.2 In Great Britain, the physician to the Royal Family has been a homeopathic physician since the late 1800s." (fonte).

Conheçam a situação da homeopatia como especialidade no mundo aqui e aqui.

Jorge Quillfeldt disse...

Correção: são 53 especialidades médicas no Brasil, e a H. é a 26a: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2005/1763_2005.htm