quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Power balance? Nem tanto...

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Quer mais equilíbrio? Força? Flexibilidade? Você acha que suas energias naturais não estão fluindo como deveriam? A física quântica, remédio milagroso recém descoberto, resolve. Provida de um holograma quântico (há uma versão com 2, ou seja, o dobro do efeito), basta colocar no pulso. Dados os benefícios, o custo, que pode passar dos R$ 100, é pequeno. Não se deixem enganar pelas similares, que apesar de serem idênticas e custarem $2, não têm o mesmo efeito (pelo menos se os usuários souberem o preço).


Cuidado também com os muitos fundamentalistas céticos com vídeos e críticas pela internet explicando como são feitas as demonstrações. O que eles mostram, na verdade, é sua mente fechada! Eis um exemplo, produzido por Richard Sanders, do Skeptic Zone (Austrália):



Afinal, se atletas e artistas famosos estão usando, só pode funcionar! Só espero que o vídeo acima e o link para as pulseiras chinesas não ajude ninguém a ficar rico explorando a boa fé das pessoas...

Por fim, os problemas da humanidade terminariam se nosso Planeta, assim como Saturno, tivesse um anel com um desses hologramas... (algum voluntário para produzir uma imagem da Terra com uma dessas pulseiras em torno?)

Atualização (3/Jan/2011): achei esta matéria no Ceticismo Aberto

13 comentários:

Anônimo disse...

Incrível como falta conhecimento do método científico para esses senhores céticos! No vídeo da tentativa de falsear os princípios energéticos por trás da HEO, os experimentos não tiveram nenhum tipo de controle! Mas que absurdo!

Logo com uma verdade tão evidente como o HEO.
Haha.

E aqueles "mestres" de artes marciais que dizem poder derrubar qualquer pessoa sem encostar um dedo nelas? Aquilo é um bom tema pra discutir a psicologia por trás desses "fenômenos"...

Abraço

Anônimo disse...

Oi,

Eu adicionei o seu blog na Central Ceticismo. Esse site reúne em um só lugar, todos os melhores sites sobre ceticismo, ateísmo, ciência e evolucionismo. De forma que o usuário possa ter um acesso fácil à atualização dos sites listados, sem necessitar recorrer um a um na busca por novos posts.

Se possível, ajude-nos, divulgando o nosso banner.

abrs,
Central Ceticismo
http://centralceticismo.blogspot.com

Winry-Senpai-Sensei-Sama disse...

Puxa...me desculpem a ignorância, mas eu não entendi a parte da mente fechada desse senhor...ahn... gostaria mesmo que alguém me explicasse, o vídeo me parece apenas bobo e desnecessário....

Jeferson Arenzon disse...

W3S,

O vídeo é essencial, pois mostra como a demonstração oficial da pulseira é feita, e que não tem correlação nenhuma com usá-la ou não. O truque é bastante simples (não estou dizendo que as pessoas que vendem a pulseira não possam estar sendo sinceras, mas simplesmente que a demonstração tem uma explicação muito mais simples e racional). O comentário sobre as "mentes fechadas" é porque esta é uma acusação frequente aos céticos (no caso, nós). O que é uma injustiça, pois a ciência vive mudando, se ajustando às novas evidências enquanto as pseudociências e religiões se mantêm uniformes, imutáveis e infalíveis. Assim como seus seguidores...
Abs,

Sandi disse...

Dicordo do final do teu comentário Jef...

Por, basicamente, um motivo. O resto são só coisas relacionadas(ou não) ao teu comentário...

Eis o motivo,

Não consigo pensar em nenhuma religião que tenha se mantido a mesma...tu lembra de alguma? mesmo que haja uma ou duas, ou a maioria, se houver ao menos uma que não se encaixa, a regra falha...

Mesmo o Catolicismo mudou, e continua mudando...e vejo freqüêntemente religiosos mudando de opinião em relação a pontos importantes de suas crenças...

Se uma religião muda em pelo menos uma coisa, então já não pode ser considerada imutável, mesmo que haja coisas que permaneçam mais ou menos constantes...

E realmente há pontos que dificilmente mudarão, mas isso, por si só, não é problema. Afinal, não é isso que nos faz confiar na ciência? O fato de haver coisas que continuam válidas sempre e eternamente? Mais específicamente, mesmo que eu tenha um modelo hoje, que possa ser substituído por um modelo melhor amanhã, isso não implica em jogar fora o método científico, certo?

ps: isso não foi uma defesa ao catolicismo, ou mesmo a qualquer religião, a questão que estou colocando é bem mais puntual do que isso: é uma crítica ao argumento comumente usado, da imutabilidade da religião, o que não implica necessariamente em uma defesa da religião, não estou entrando nesse tipo de questão.

pps: faço esse "ps" por que, quando se entra em discussões que envolvem esses temas (e talvez alguns outros, como a vida o universo e tudo o mais), é muito difícil evitar que o argumento seja interpretado como um argumento padrão de algum tipo de filosofia. Por exemplo, "o fato da pessoa dizer A, significa, na verdade, que ela está dizendo B, mas B leva à conclusão C, como não concordo com C, vou desconsiderar o argumento.", quando A poderia levar a D, E, etc...

Continuando,

por exemplo, se eu considerasse que ciência é uma coisa que muda loucamente, tipo "nunca podemos saber quando algo deixará de ser válido", não me pareceria lógico confiar nisso. O que me faz confiar é justamente saber que há pontos importantes que não mudam, não?

Resumindo, todo esse papo pra dizer duas coisas:

1)não consigo lembrar de nenhuma religião imutável...
2)não considero que imutabilidade seja necessariamente ruim (embora isso possa acontecer, em religiões, inclusive)

Winry-Senpai-Sensei-Sama disse...

hmm, agora faz sentido. O que eu achei estranho é que não percebi a ironia do professor ao chamar os caras de mentes fechadas, porque o video pra mim me mostrava um típico teste cético comprovando que a "eficiência" dessas pulseiras é pura malandragem, o que foi bem interessante. De fato tenho que retificar a minha impressão de achá-lo bobo e desnecessário, eu me deixar levar pela crítica falsamente negativa que havia depreendido do artigo do professor. Ultimamente ando com muito sono e dor de cabeça, e aí fica difícil raciocinar quando há ironias no meio xD. Mas valeu por esclarecer (até mais do que eu precisava xD) a questão \o9

abs

Winry-Senpai-Sensei-Sama disse...

A Sandi pontuou muitíssimo bem!! Nunca tinha parado pra pensar que - embora o maior problema que se enfrenta quando se vai falar de algo científico que entre no tocante religioso seja os religiosos fundamentalistas - algumas coisas nas religiões parecem que acabam cedendo e se flexibilizando. Não tenho muito contato com religião ou pessoas religiosas é verdade, mas o que ouço dizer é que, pelo menos na religião cristã (é isso?) teve muita gente sensata que admite que a biblia não pode ser levada ao pé da letra. Acredito que quanto aos que não dão o braço a torcer nunca pra nenhum tipo de mudança plausível nos seus textos sagrados, mesmo por interesses de bem estar humano!!, bem, é essas pessoas em quem eu não acredito. Ironicamente, ando pensando se existe alguma religião que acreditasse em pessoas. Provavelmente me converteria à ela XD haha. Será que seria o humanismo?

Jeferson Arenzon disse...

Sandi,

Obviamente religiões e pseudociências mudam e tentam se adaptar aos tempos. Mas pelas suas características intrínsicas (evidência experimental não é o que as move), seu corpo central não muda. Claro, pode haver contraexemplos, estou falando da maioria. Por exemplo, o judaísmo se manteve essencialmente o mesmo. Algumas pessoas podem não seguir a ortodoxia, mas ela está lá. Meu comentário simplifica uma questão complexa, mas em essência, o que estou dizendo é que há uma questão de escala envolvida, basta comparar o corpo de conhecimento científico hoje e há 100 anos. Olha, por outro lado, os mórmons e a homeopatia... De qualquer maneira, isso tudo é marginal em relação ao post...

Chico disse...

O que percebo é que as religiões e as doutrinas curandeiras (como a homeopatia) são guiadas por duas forças opostas: a imutabilidade de seus dogmas centrais e de seus textos sagrados, que é apoiada por uma liderança ultraconservadora que rejeita todo tipo de evidência contrária; e o mundo real, traduzido por suas manifestações corriqueiras, pela experimentação e pelo pensamento lógico.

As religiões, como instituições organizadas, tendem à estagnação, mas o mundo real e suas necessidades práticas seduzem seus fiéis, oferecendo-lhes uma vida mais livre, mais confortável, mais prazerosa e fundamentada em conclusões muito mais palpáveis, úteis e óbvias.

As religiões (como doutrinas bem definidas e documentadas e com lideranças bem estabelecidas) mudam um pouco apenas quando são arrastadas pela mudança do estilo de vida dos seus fiéis. Precisam mudar, ou tolerar as mudanças, para não se tornarem completamente obsoletas e, em decorrência, demasiadamente incômodas. Mas as mudanças são sempre atrasadas pela resistência dos líderes e dos dogmas centrais, fazendo das religiões um fardo que a humanidade arrasta sem saber que pode simplesmente soltá-lo.

A prática religiosa, ditada pelos fiéis, muda muito mais do que a religião oficial, ditada pelos líderes máximos e pelos dogmas. Um bom exemplo é o catolicismo. A doutrina central praticamente não mudou, mantendo-se ultraconservadora. Contudo, a prática do catolicismo é uma das mais liberais entre as religiões cristãs. Isso porque os fiéis, diante da inadequação da fé católica à realidade, aprenderam a exercer uma forma benéfica de hipocrisia e sincretismo, abraçando o rótulo de católicos mas não plenamente os dogmas da seita. Isso precisa ser tolerado pela seita oficial sob pena de perder os fiéis. Seitas cristãs fundamentalistas, em que esta hipocrisia não está bem desenvolvida ou não é tolerada, são muito mais perigosas.

Concluindo, as religiões como instituições organizadas podem ser adequadamente tachadas de imutáveis. Elas no mínimo tentam ser. A prática religiosa, entretanto, contaminável por “modernismos”, muda, mas muitas vezes nem é merecedora do mesmo rótulo da fé oficial.

Marcelo disse...

Vi um professor de química fazer a demonstração da pulseira EM AULA, defendendo suas supostas propriedades. Ele mesmo sempre usa uma. O curioso é que ele aproveitou o momento da demonstração pra vender pulseiras aos alunos interessados. Que foram muitos, já que um PROFESSOR (e de química, uma ciência) usa.
Aliás, ele não só demonstrou como explicou os princípios "científicos" atuando na pulseira. E fez parecer trivial, baseado em ciência universalmente aceita.
Ok, foi numa aula de cursinho pré-vestibular, o que ameniza um pouquinho a situação. Mas foi em um dos cursos mais tradicionais de Porto Alegre. Em quantas sedes esse professor inescrupuloso deve lecionar? Oh, desculpem-me, estou tirando conclusões precipitadas. Talvez o professor fosse apenas ingênuo.
De qualquer forma, foi o maior absurdo que já presenciei em uma sala de aula. Só não levantei pra contra-argumentar porque não tinha tomado café no dia...

P.S.: Tive a oportunidade de ver uma de perto e sabem o que tem no tal holograma? O logotipo da marca. Só. Nenhum símbolo místico de canalização de forças. Me decepcionei com a falta de criatividade...

Jeferson Arenzon disse...

Oi Marcelo,

Isso é realmente assustador. Mais um exemplo de abuso da mecânica quântica, que agora se presta a justificar qualquer porcaria...
Abs,

Jorge Quillfeldt disse...

Acabei de voltar de Foz do Iguaçú, onde conheci a UNILA (bem interessante, por sinal) e me apavorei com a quantidade de pessoas USANDO essas pulseiras, particularmente em funcionários do comércio. Talvez não tenha prestado atenção por aqui (lá circulei pelo equivalente da Voluntários da Pátria aqui de PoA...), mas acho que está pegando firme nas classes médias baixas, precisamente a mais vulnerável à desinformação e às bobagens quânticas.

Mais um contrabando que entra pela ponte da amizade...

Ronaldo Paesi disse...

http://bulevoador.haaan.com/2010/12/25/somos-um-blog-de-todas-as-letras-boicote-a-central-ceticismo/

Já que eles adicionaram vocês na Central de Ceticismo.