quarta-feira, 12 de maio de 2010

Seminários: 1) Galileu e 2) Teoria das Cores (atualizado)

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Dois seminários interessantes nos próximos dias, ministrados pelo Prof. Fernando Lang da Silveira, do Instituto de Física da UFRGS, ambos com entrada franca:

1) As observações astronômicas de Galileu em 1609 e A Mensagem das Estrelas (1610)

Data e local: 14/05/2010 - Sexta-feira - 14h, no Auditório do ILEA - Campus do Vale - UFRGS

Promoção: Grupo Interdisciplinar de História e Filosofia da Ciência

Resumo: Quando Galileu apontou o seu "óculo astronômico" ou "perspicillium" em 1609 para os céus, a hipótese heliocêntrica padecia de inúmeras e graves objeções mecânicas e astronômicas (além das objeções religiosas das igrejas cristãs). As observações astronômicas de 1609, comprometidas a priori com a 'tremenda' premissa metafísica neoplatônica-copernicana que colocava o Sol no centro do universo, permitiram que o grande cientista construísse novos argumentos a favor do heliocentrismo. Essas observações foram relatadas em 1610 no livro A Mensagem das Estrelas. Toda a produção intelectual subseqüente de Galileu, até a sua condenação em 1633 pela Inquisição, esteve a serviço da hipótese copernicana e de uma nova cosmovisão, opositora da metafísica cristã aristotélica-tomista.

2) Belas aplicações da Teoria das Cores de Young-Helmholtz: As sombras coloridas e as cores da Lua cheia

Data e local: 18 de maio (terça-feira), às 19h, na Sala Multimeios do Planetário.

Resumo: A Teoria das Cores de Young-Helmholtz remonta ao início do século XIX e está concretizada, por exemplo, na tela dos nossos televisores e computadores. O preconceito de que as sombras não têm cores é revelado falso quando observamos o interessante efeito das sombras coloridas. Essa é apenas uma das aplicações de um conhecimento cujos fundamentos já possui mais de 200 anos.

Vide uma apresentação sobre as sombras coloridas aqui.

20 comentários:

Anônimo disse...

Jeferson!

Por favor! Desonestidade escancarada não!

O nosso grande cientista criacionista Galileu foi condenado pela Inquisição somente após o aval dos PRÓPRIOS CIENTISTAS contemporâneos que eram contra a queda do paradigma vigente.
E, mais uma vez, devo lhe informar que a teologia que se refere "baseada" a Inquisição dessa época é a Católica e não a Cristã (ou Bíblica).
E, sendo mais direto, a motivação real foi poder e interesses por parte da elite. As alegadas motivações teológicas não passaram de justificativas aparentes.

Por favor, se for usar o termo cristão, faça o favor de ter mais cuidado.

Obrigado.

Fernando Lang da Silveira - Instituto de Física - UFRGS disse...

Caro Israel,

A verdade histórica é que TODAS as seitas cristãs na época de Copérnico e Galileu tinham uma atitude anti-heliocentrismo. Por exemplo, Lutero vociferou do alto púlpito contra a heresia heliocêntrica.

Muitos cientistas se pronunciaram contra o heliocentrismo por razões científicas pois, como notei no resumo da palestra, o heliocentrismo de fato padecia de sérias objeções mecânicas e astronômicas.

Também é verdade que alguns padres católicos (cientistas, filósofos, astrônomos) eram heliocentristas. Vale a pena ler um pouco de história da ciência (por exemplo, apenas para citar uma das últimas biografias de Galileu, "Galileu anticristo" do Michael White) para se conhecer de fato as reais causas da condenação de Galileu. Quem condenou Galileu foi sim a maior igreja cristã de todos os tempos e, aliás, recentemente (final do século XX) o papa reconheceu oficialmente o erro no caso Galileu e pediu desculpas.

Imputar aos cientistas o ônus da condenação de Galileu é no mínimo uma ingenuidade, se não for de fato uma desonestidade.

Anônimo disse...

Racionanlista,

Não imputei apenas aos cientistas. Preste atenção ao que falei, falei de mais de uma camada da sociedade da época.

Não está escrito na Bíblia que a terra é quadrada, plana ou que os planetas devem girar em torno da terra.

Utilizar o temor cristão como feito pelo Jef é uma baita duma desonestidade ou ignorância. Acrdito que o Jef não seja ignorante.

Obs.: a geocentricidade e a heliocentricidade depende do referencial. Não errado nem certo, há o mais adequado para cada caso.

Não tenta defender, meu caro.

Anônimo disse...

Correção: termo*

Chico disse...

O texto faz menção ao cristianismo duas vezes: "além das objeções religiosas (ao heliocentrismo) das igrejas cristãs" e "opositora (hipótese copernicana) da metafísica cristã aristotélica-tomista". É fato que as igrejas cristãs da época, e a quase totalidade de seus seguidores, se opunham ao heliocentrismo, logo é óbvio que a postagem foi bastante responsável na referência ao cristianismo. Ponto final!

A Igreja Católica condenou Galileu, mas hoje tem os seguidores menos irracionais, que sabem (a maioria) que a Bíblia é apenas uma coleção de mitos, implausíveis quando lidos literalmente. Se alguém tem que se ofender por qualquer generalização negativa dos cristão, estes são os católicos.

Por fim, o modelo de fácil compreensão que descreve os planetas como corpos orbitando em trajetórias elípticas só faz sentido com o Sol no centro. Outro centro só tornaria tudo mais complicado. É justificável o forte viés na escolha do referencial.

Anônimo disse...

Taverna,

Mais uma demonstração sua de "falei nada com nada apenas para falar bobagens sobre a Bíblia".

Segue o climax da tua investida vergonhosa: "A Igreja Católica condenou Galileu, mas hoje tem os seguidores menos irracionais, que sabem (a maioria) que a Bíblia é apenas uma coleção de mitos, implausíveis quando lidos literalmente."

Novamente, Igreja Católica não segue e NUNCA seguiu o que está escrito na Bíblia. O seu comentário leva a uma idéia de que a crença na Bíblia levou a condenação de Galileu, pois bem, isso é mais um exemplo de ignorância da tua parte.
A Igreja Católica mantinha a grande parte da populaçõa probe dentro de uma teologia de medos e mitos. Muitos desses mitos continuam entre os católicos comtemporâneos, mas o medos não mais. NENHUMA parte dessa teologia de medo e mitos tem sustentação bíblica.

Se as Irgejas Cristãs da época eram geocentricas, assim como a esmagadora parte da população mundial, por motivos óbvius, não implica em erro de seus ensinos teológicos.

Tal crítica falaciosa que alimenta essa falsa dicotomia já está bem "manjada", sendo apenas propagadas por questões iedológicas. Nada contribui, evidencia a ignorância ou desonestidade de seus propagadores.

Anônimo disse...

Jeferson,

Estou verificando quem foi o autor do resumo.
Não critico apenas quem propagou. Solicitarei uma resposta ao autor.

Jorge Quillfeldt disse...

Aparentemente estamos presenciando um milagre, no caso um milagre linguístico... descobri que "católico" não é "cristão"!
Pelo visto é assim que as seitas dissidentes da original vêem a si próprias. Fascinante!

Pena que isto não é um argumento, mas somente uma afirmação dogmática. Boa para enunciar lá no culto (ou missa, ou sessão, etc), mas não num debate.

Chico disse...

O outro milagre é a incidência récorde de erros ortográficos, gramaticais, semânticos e lógicos.

Dra. Manhattan disse...

Israel,

Sério? A Igreja não ia contra Galileu?

Sério? A Bíblia não dá a entender que a Terra é plana e o Sol gira ao redor dela? Você nunca leu a Bíblia?

Sério? Católicos não são Cristãos? Protestantes não são Cristãos? Você tem copyright do Cristianismo?

Sério? Heliocentrismo e Geocentrismo é questão de referencial?

Sério? Qual teu problema com o Jef? Freud explica (ou tenta).

Se eu te ver, te chamo de bobo, feio e chato na tua cara, e quero ver você contar pra Sandra.

Fernando Lang da Silveira - Instituto de Física - UFRGS disse...

Juliana,

Fiquei tranquilo com a notícia do Israel de que católico não é cristão. Eu fui batizado como católico e aprendi que o batismo é indelével. Depois quando cresci e atingi a idade da razão, rejeitei o catolicismo juntamente com qualquer crença em deus. Mas me preocupava intensamente com a possibilidade de o batismo ser indelével. Imagina eu chegar do outro lado e encontrar um deus não-católico por lá; eu estaria literalmente ralado pela eternidade. Mas com essa notícia alvissareira do Israel, que tem como consequência a não validade do meu batismo (algo do tipo "batismo paraguaio" foi o que tive então), eu, depois de dezenas de anos de preocupação, finalmente dormirei tranquilo.

Chico disse...

Juliana e Racionalista,

o "fato" de que católicos não são cristãos é só uma pequena amostra do que vocês aprenderão com o Israel. Dêem corda pra ele e vocês descobrirão que o Universo tem no máximo dez mil anos; que as camadas geológicas que separam os fósseis podem ser reproduzidas agitando um balde de água com um pouco de terra; que toda a humanidade veio de um único casal (com muito incesto, sim, mas sem as deformidades típicas de cruzamentos consangüíneos); que Noé reuniu em tempo récorde casais de todos os animais de todos os continentes de todos os tamanhos de todas as milhões de espécies (e dá-lhe incesto na repovoação, gente); que um cara que tinha doze amigos inseparáveis cansou de ficar morto e se levantou de verdade; que a datação de matéria orgânica por atividade radioativa, assim como todas as outras ferramentas de extrapolação da ciência como nós conhecemos, é um embuste; e depois de tudo isso descobrirão que a teoria da evolução é na verdade implausível, e que foi disseminada numa conspiração anti-cristã de intelectuais desonestos.

Não sei o que ele acha da temporada que Jonas passou dentro da baleia e da hipótese de coexistência de dinossauros e humanos, mas se ele disser que aconteceu de verdade, quem sou eu para duvidar de uma pessoa com tantas certezas?

PS: homossexuais, fiquem longe dele, aberrações indignas.

Anônimo disse...

Vocês tão brincando comigo, não é?! Por favor! Isso é um show de desconhecimento sobre as doutrinas e a história das igrejas e religiões!

Falam com tanta certeza, mas falam bobagens.

Que Deus tenha misericórdia de vocês porque não sabem o que falam.

Sabe o que resolve?
http://www.cacp.org.br/catolicismo/

Me dei o trabalho, por amor de vocês, de selecionar alguns artigos para leitura.

A Igreja Católica traiu a Bíblia
http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=108&menu=2&submenu=10

A Doutrina da Reforma
http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=102&menu=2&submenu=10
(as teses de Lutero)

O Sistema Católico
http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=79&menu=2&submenu=1

Erram por desconhecerem.

Unknown disse...

De religioustolerance.org (citado na wikipédia):

In North America there are over a thousand faith groups including the Roman Catholic church; the Eastern Orthodox churches, other conservative, mainline, liberal and progressive Christian faith groups; The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints (the Mormons); Jehovah's Witnesses, the Unification Church, Christian Science, progressive Christians, and other religious organizations. They all identify themselves as Christian. In fact, many regard their group as the only "true" Christian church. Yet they, and their followers, have very different beliefs about the life, events, teachings, actions, sinlessness and expectations of Yeshua.

Isso explica muito, não? Ah, me esqueci que interpretação de texto não é o forte de algumas pessoas que lêem esse blog, então resumindo: só eu e meus amiguinhos somos os verdadeiros cristãos.

Outra curiosidade: segundo o nosso amigo IGO, na Biblia não há diz que os outros planetas giram ao redor da Terra. Por que a exclusão do Sol? Porque lá diz que ele gira ao redor da Terra, e não o contrário. O Igo parece realmente acreditar no geocentrismo. Mas ao contrário do que ele afirma, não é uma questão de escolha. Isso é o que dá não conhecer nada de mecânica clássica...

Chico disse...

Eu admito! Sou um ignorante. Eu sabia que todo crente acha que a sua religião é a mais verdadeira, mas nem suspeitava que havia cristãos que não admitem sequer o rótulo de cristãs para outras seitas que também veneram Cristo, mesmo sendo a veneração de Cristo a característica fundamental do cristianismo. Eu tinha esperança, juro, de que o Israel fosse dizer que nós interpretamos mal a sua aparente apropriação exclusiva do rótulo.

Cresci em família de católicos e, quando alcancei o pensamento independente, passei a achar o catolicismo o ápice da tolice humana. Mais tarde descobri que existiam muitas outras formas de tolices teístas e o espiritismo passou ao topo da minha lista das mais estúpidas. Mais recentemente, nesse blog, descobri na religião do Israel (é algum tipo de protestantismo, acho) uma forma de tolice sem precedentes no mundo que eu conheço.

Gostaria que alguém me ajudasse com um questionamento que tenho feito. A Reforma protestante foi em muitos aspectos progressista, liberal e e ética. O protestantismo estava mais sintonizado com o capitalismo, não condenando o lucro, e com a natureza humana, permitindo aos pastores terem esposas. Hoje, entretanto, o protestantismo é o reduto dos fundamentalistas, enquanto o catolicismo, embora oficialmente conservador, é na prática relativamente muito liberal. Como aconteceu essa inversão drástica de postura entre as duas mais importantes vertentes cristãs?

Jorge Quillfeldt disse...

Ótima pergunta!

Penso que o que explica essa mudanças é bem simples: proximidade com o poder!

Isso vale para o catolicismo e a reforma em suas principais (maiores) vertentes.

A "diferença", como já comentei antes, surge mais recentemente com a explosão das seitas pentecostais e similares, incluindo denominações precursoras (batistas, adventistas) ou posteriores (ver uma boa definição aqui). O cenário é bem complicado, mas são seitas recentes que estão crescendo sem ajuda (por enquanto) do estado, mas que estão articuladas para assumir o poder e implantar seus pontos de vista. Nos EUA, terreno fértil para isso, ele elegeram duas vezes o Bush Jr, contra todas as expectativas e o bom senso.

Chico disse...

Obrigado pela resposta, Jorge.

Estou cada vez mais receoso da penetração dos fundamentalistas cristãos na política (apesar dos estados modernos ocidentais serem laicos por constituição). A cada dia me parece menos exagerada a hipótese de guerras globais, com uso de armas de destruição em massa, num futuro próximo, iniciadas pela cisma entre fundamentalistas religiosos do ocidente e do oriente médio em especial, afinal perdão e tolerância não são atributos dos "verdadeiros cristãos". Minha fé na humanidade, entretanto, ainda me mantém otimista.

Soube só recentemente que a candidata Marina à presidência do Brasil é evangélica e se diz "imbuída do espírito de Deus". Nunca havia dado a ela qualquer atenção, já que tem poucas chances de se eleger, mas gostei de saber do fato. Depois disso, os outros dois candidatos tornaram-se muito mais digeríveis. Poderia ser pior, né? Com a Marina eu ficaria mais distante do meu sonho de viver num Brasil onde o aborto é legalizado, casais gays podem adotar crianças e repartições públicas não ostentam crucifixos.

Bruno Gallas disse...

Sério, Israel! Tu é chato mesmo!
Tu ta fazendo licenciatura de Educação Religiosa, né?

E por que tu gosta de chamar todos de "ignorantes"?!

Bosco Ferreira disse...

CHICO;

Eu não tenho essa fé toda na humanidade quando se fala em conflitos globais entre fundamentalistas ocidentais e orientais não.
Exemplos de pessoas como o Israel tiram-me o sono.
Como o Bush e o Israel tem aos milhões nos EEUU e no mundo inteiro.

O filósofo inglês john Gray em seu livro "missa negra" religião apocaliptica e o fim das utopias, explora a perversão da religião pela política e mostra que essa subversão é o tema chave da história moderna. Para isso ele analisa os conflitos mais destrutivos dos últimos séculos e chega aconclusão de que as religiões exploraram o mito do apocalipse, como uma crensa em um evento que mudaria o mundo e levaria ao fim da história, e de todos os seus conflitos. Dos jacobinos aos bolcheviques, dos anarquistas russos aos americanos conservadores, as políticas modernas tem sido guiadas por versões corruptas do mito do fim do mundo.

Gray demonstra que o renascimento de uma época de bárbaries embasadas pela religião apocaliptica é real, aprofundando-se na ideia de que a mudança do pensamento mítico para uma visão mais racional, a qual as pessoas acreditam ter acontecido na era moderna com o triunfo do iluminismo, nunca ocorreu. O pensamento iluminista seria baseado não na ciencia, mas nos mesmos mitos cristãos da perfeição humana. Consequentemente, a crença na utopia nas ideias de progresso humano que sustentaram as políticas modernas seriam versões seculares da fé religiosa.

A morte das utopias, para John Gray não significa que o mundo viverá em paz. Em vez disso pressagia o ressurgimento de mitos antigos. Muita das vezes de maneira estritamente fundamentalistas. De forma obscura, a religião apocaliptica retornou com uma fôrça importante em conflitos globais e se misturou às batalhas geopolíticas pelo controle das fontes naturais de energia.

No começo do século xxi a cerimônia continua, como o mundo se armando para as batalhas da fé que ainda virão.

Cabe a cada um de nós fazer o possivel para impedir que nossas crianças sejam entregues a catequistas colocando-as no caminho do perigo e da perversão cristã.

Chico disse...

Obrigado pela colocação, Bosco. Muito interessante.