Carlos Miraglia
Nos surpreende tamanha demontração de intolerância em uma cidade habituada à diversidade provocada pelo grande fluxo turístico. Apesar da perplexidade e desconforto, este episódio talvez possa servir de ensejo para deixar clara nossa posição. Alguém desavisado poderia concluir que como existe uma explícita oposição às práticas obscurantistas que pretendem sustentar suas credibilidades de forma equivocada, este blog poderia ser um espaço de forte intolerância. Não. Aqui é apenas um lugar de crítica. De questionamentos. Não censuramos ninguém e nunca vamos pedir censura. Todo mundo é livre para acreditar no que quiser. Assim como também somos livres e temos o direito de exercer nossa crítica (que também expõe sua face). Só apontamos nossas divergências publicamente. Não pedimos a prisão ou o emprego de ninguém.
Não é o que está acontecendo em Antônio Prado. Certamente o vereador litigioso tem todo o direito de discordar da posição da assessora quanto às crenças que ela mantém. Mas daí impor arbitrariamente uma punição graças à sua divergência não é somente grotesco como também é flagrantemente ilegal. A assessora tem todo o amparo constitucional. Nossa estado é laico e mesmo que toda a população de Antônio Prado fosse de religiosos fanáticos, os órgãos públicos (republicanos) estão sob o regime dessa lei máxima. Não há o que discutir sobre a ilegitimidade da proposta do verador e por isso o acontecimento nos assusta pela inesperada implausibilidade. Neste caso, omissão não é uma opção.
Um comentário:
Hoje são os gays, mas já foram os comunistas, os umbandistas, os espíritas e sei lá quem mais os inimigos dos fundamentalistas cristãos que hoje têm grande representação legislativa. Será que um dia voltarão suas armas contra os ateus? Será que tentarão proibir ateus de dar aulas a jovens? Seria interessante.
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