É verdade que o cara andava bastante reacionário nos últimos anos (pudera! para se manter na Veja, só assim mesmo, ainda que entre tapas e beijos), mas nunca deixou de ser o grande filósofo/tradutor/pensador/humorista que foi. Deve ter sido só um caso grave de azia existencial... Cito frases dele o tempo todo, e não só do "Millôr definitivo - A bíblia do caos" (1994) que tenho autografado desde o 1o Forum Mundial. Alguns exemplos:
“O mundo se divide entre os que acham e os que não sabem onde botaram.”
“Morrer é o que você nunca conta com, porque sempre acha que não vai já.”
“Trepada adiada é trepada perdida.”
“Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer."
(Quer mais? "Veja" aqui)
Aprecio mais ainda as excelentes traduções que fez de Shakespeare, que estão entre as melhores que há.
É dele a sacada mais brilhante que conheço sobre o eterno embate imagem/palavra-cinema/
"Então uma imagem vale por mil palavras?
Experimente dizer isso sem usar palavras."
Ou seu manifesto Leibowitziano em defesa da preservação do L.I.V.R.O. em sua forma IDEAL.
Difícil dizer o que é melhor ou mais profundo.
Pela acidez genial, este blogue não poderia deixar de homenagear Millor.
;(
Rio de Janeiro 28/03/2012 | 11h13
Morre o escritor Millôr Fernandes
Segundo familiares, ele faleceu nesta terça de parada cardíaca e falência múltipla dos órgãos
O escritor carioca Millôr Fernandes morreu nesta terça-feira, em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo familiares, ele teve falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca As informações são do G1.
Escritor, jornalista, desenhista, dramaturgo e artista autodidata, Millôr, de 86 anos, começou a colaborar com a revista "O Cruzeiro" aos 14 anos, conciliando as tarefas de tradutor, jornalista e autor de teatro. No final dos anos 1960, tornou-se um dos fundadores do jornal "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Escreveu nos anos seguintes diversos tipos de peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare no país.
Atualmente ele mantinha um site pessoal em que escrevia textos de humor e cartuns, além de reunir seus trabalhos dos últimos 50 anos. Seu perfil no Twitter já contava com mais de 285 mil seguidores.
De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira, das 10h as 15h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. Em seguida, o corpo será cremado.
Fonte: Zero HoraEscritor, jornalista, desenhista, dramaturgo e artista autodidata, Millôr, de 86 anos, começou a colaborar com a revista "O Cruzeiro" aos 14 anos, conciliando as tarefas de tradutor, jornalista e autor de teatro. No final dos anos 1960, tornou-se um dos fundadores do jornal "O Pasquim", reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Escreveu nos anos seguintes diversos tipos de peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare no país.
Atualmente ele mantinha um site pessoal em que escrevia textos de humor e cartuns, além de reunir seus trabalhos dos últimos 50 anos. Seu perfil no Twitter já contava com mais de 285 mil seguidores.
De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira, das 10h as 15h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. Em seguida, o corpo será cremado.
Algumas frases:
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