tag:blogger.com,1999:blog-7092887688953351150.post7873101938148607756..comments2023-07-11T08:07:19.243-03:00Comments on Coletivo Ácido Cético: Medicalização da VidaUnknownnoreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-7092887688953351150.post-91613121952788905672015-04-15T15:33:05.830-03:002015-04-15T15:33:05.830-03:00George, gostei do teu texto porque atendeu exatame...George, gostei do teu texto porque atendeu exatamente a mesma expectativa que me faz acompanhar assiduamente este blog e o Fronteiras da Ciência: escapar das linhas de pensamento óbvias e simplórias. Acredito que minhas ideias tenham amadurecido bastante com o conteúdo produzido por vocês neste últimos anos. O Fronteiras está sempre presente entre minhas sugestões de conteúdo, tanto que dois colegas de trabalho se converteram em ouvintes assíduos.<br /><br />Sobre o "marquetchin", eu não vejo com simpatia a abordagem que pratica com as pessoas frágeis e influenciáveis, sobretudo com as crianças, abordadas tão diretamente e de forma tão onipresente que os pais jamais poderiam protegê-la sem escondê-las num buraco escuro. Por outro lado, creio que habito uma posição mais liberal que a tua no espectro político (num sentido clássico, econômico, porque eu acredito que sejamos igualmente "intransigentes" na defesa das liberdades civis), por isso vejo com igual antipatia as proibições frequentemente cogitadas para "proteger" os cidadãos. Em mais uma fuga dos bordões que tanto me incomodam, lembraste da responsabilidade que as pessoas dividem com o marketing pelas coisas que lhes entram na cabeça. Tão melhor seria, como colocas, capacitar as defesas da mente, afinal penso que o paternalismo exacerbado, além de flertar com a tirania e a ortodoxia, não pode nos proteger de todas as influências perniciosas que cruzam nossos caminhos, às vezes até sem má intenção. Concordo contigo, embora não sei se exatamente nos mesmos termos, que estamos ficando meio bobos.Chicohttps://www.blogger.com/profile/06655759751314867740noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7092887688953351150.post-30917493745866879372015-04-14T20:50:46.982-03:002015-04-14T20:50:46.982-03:00Legal teu comentário, Chico, fico muito honrado co...Legal teu comentário, Chico, fico muito honrado com tuas palavras! Acho que foste ao fulcro do problema, especialmente no exemplo final, que também é fruto de uma progressiva infantilização da sociedade promovida por interesses econômicos - crianças "consomem" tudo sem pensar. E não há nenhuma "teoria conspiratória" aí, apenas autoorganização coletiva sob influência (por ora bastante bem sucedida) dessa avalanche de "marquetchin": entre outras estratégias, cabe aos críticos amadurecer ferramentas mentais que empoderem os concidadãos no enfrentamento da enganação e dos abusos consumistas, que às vezes fazem tanto ou mais mal que as pseudociências. O texto ainda tem muitas imperfeições, é evidente, mas fico feliz de ter conseguido abrir essa pequena brecha e conseguir delinear o problema (mesmo que seja para uma pessoa, por ora!). É um problema que me incomoda há anos, mas que é tão difícil de verbalizar sem cair nas tantas armadilhas que há.Jorge Quillfeldthttps://www.blogger.com/profile/12823001568277815452noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7092887688953351150.post-67428680565316782662015-04-14T19:10:19.075-03:002015-04-14T19:10:19.075-03:00Acho que sou um utilitarista, e já era assim antes...Acho que sou um utilitarista, e já era assim antes de saber que essa postura tinha um nome. Sempre acreditei que as melhores decisões e os mais justos julgamentos éticos precisam ser apoiados pela melhor quantificação objetiva que se puder fazer do custo e do bem estar total produzido pelas possíveis alternativas, visando a reduzir o primeiro e aumentar o último.<br /><br />Por causa do meu utilitarismo amador, sempre vi com desconfiança as críticas à medicalização. "Se faz bem (bem-estar), que mal tem?". Ainda me lembro de um Fronteiras da Ciência com a participação do Renato Flores (um participante de fato memorável) em que comentaram que ele tem uma camiseta que diz que a felicidade é química (lembrei corretamente o causo?), numa provável crítica à exclusão do materialismo científico da discussão das "questões humanas".<br /><br />Entretanto, neste texto o autor conseguiu fugir da infame falácia do apelo à natureza (appeal to nature), que quase sempre permeia esse tipo discussão. Coloca de maneira convincente as desvantagens da "supermedicalização", onde eu destacaria a padronização comportamental do ser humano, contrastando com a necessidade de variabilidade das ideias e das coisas para a evolução da sociedade. O que me lembra de mais um episódio do Fronteiras da ciência, sobre psiquiatria, acho, em que se comentou o quanto o contexto social determina o que é ou não disfuncionalidade (doença), substituindo a objetividade científica.<br /><br />Acho possível também traçar um paralelo entre os males da supermedicalização expostos aqui e o fenômeno da baixa tolerância à frustração, bastante discutido por pedagogos e psicólogos: quando as pessoas dispõem de meios abundantes de evitar dores menores, não desenvolvem a robustez psicológica para enfrentar saudavelmente os obstáculos inevitáveis na vida.Chicohttps://www.blogger.com/profile/06655759751314867740noreply@blogger.com